Técnica EMDR
O EMDR é um método terapêutico desenvolvido pela psicóloga norte-americana Francine Shapiro (PhD), que tem auxiliado milhares de pessoas em todo o mundo em casos de:
Abuso (físico, verbal ou sexual)
Fobias simples (medo de animais, objetos...)
Fobias de processo (medo de avião, de falar em público...)
Pesar excessivo (não superar a perda de um ente querido)
Memórias perturbadoras
Transtornos de ansiedade
Ataques de pânico
Transtornos de estresse pós-traumático
Abandono afetivo (separação, divórcio...)
Alguns tipos de depressão
Crenças negativas
Aplicação do método
A aplicação deste método requer a elaboração de um plano de tratamento cuidadosamente definido e um enquadramento terapêutico conveniente, razão pela qual deve ser realizado por um psicólogo ou médico que tenha passado por treinamento específico.
O número de sessões é variável, mas tem sido observado que este método reduz significativamente a quantidade de sessões necessárias para o tratamento.
A aplicação deste método envolve uma série de procedimentos (movimentos oculares, estimulação bilateral através de sons ou toques alternados) que, dentro de protocolos específicos para cada caso, levam ao reprocessamento de eventos traumáticos. A memória agora pode ser revivida, sem que seus efeitos perturbadores voltem a aparecer.
Por que em muitos momentos de nossas vidas os eventos traumáticos não são naturalmente elaborados?
Uma das hipóteses é de que pessoas que passam por situações que geram grande alteração emocional (distress) têm seu metabolismo alterado, o que faz com que o cérebro não processe as informações como usualmente ocorre. Essa informação disfuncional é armazenada da mesma forma como foi vivenciada inicialmente, pois o sistema de processamento de informações foi, por algum motivo, bloqueado.
Mesmo anos mais tarde, uma vítima de estupro pode ainda experimentar o medo, ver o rosto do estuprador e sentir suas mãos no corpo dela, como se o ataque estivesse acontecendo novamente. Essa informação, ao ser armazenada desta forma, fica, na prática, isolada. Nenhum aprendizado novo pode se dar, pois as informações adquiridas depois deste fato não estabelecem ligação com a memória traumática.
Qualquer aspecto que de alguma forma lembre o evento traumático acaba por tornar-se um “gatilho”, que dispara a mesma reação de quando aconteceu o evento original (como exemplo, uma pessoa que sofreu um acidente de automóvel e passa depois a ter medo de dirigir um carro, mostrando sinais de grande ansiedade quando tenta faze-lo). Essas memórias acabam por influenciar o comportamento da pessoa, muitas vezes limitando-a nas suas possibilidades de crescimento pessoal, social e profissional.
O momento de insight e integração vem quando as redes de memórias se ligam umas às outras. Quando o sistema de processamento de informações é ativado e mantido em forma dinâmica, as conexões apropriadas entre as duas redes podem ser feitas. Assim, a memória traumática, que antes se encontrava isolada, passa a estabelecer conexões com outros conjuntos de memórias, mais atuais, positivos e adaptados. Começa a surgir a partir daí uma modificação no comportamento, no afeto, nas sensações e um senso de auto-valorização e auto-eficácia engrandecedores.
Reconhecimento internacional
O EMDR é oficialmente reconhecido como um tratamento eficaz por várias entidades em todo o mundo:
Associação Americana de Psicologia;
Sociedade Internacional para Estudos sobre o Stress Traumático;
Departamentos de Saúde do Reino Unido, Israel e Irlanda do Norte;
Na França, Suécia, Alemanha e Holanda, Faculdades de Medicina e Departamentos de Psicologia estão começando a ensinar o EMDR;